Título da obra: Sem Título


Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Sem Título
,
1994
,
Paulo Monteiro
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini
Paulo Bacellar Monteiro (São Paulo, São Paulo, 1961). Escultor, pintor, desenhista, gravador, ilustrador. Estuda na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, em 1980. Nessa época, faz também curso de gravura com Sérgio Fingermann (1953). Dois anos depois, forma, com Carlito Carvalhosa (1961), Fábio Miguez (1962), Nuno Ramos (1960) e Rodrigo Andrade (1962), o grupo Casa 7. Além de pinturas e gravuras, desenvolve trabalhos tridimensionais. Ilustra os livros Camões e os Lusíadas; e Livros de Portugal, de Beatriz Berrini, e a capa do disco Vivendo e Não Aprendendo, do Grupo Ira.
No início da década de 1980, Paulo Monteiro, como outros artistas da Casa 7, realiza obras que apresentam afinidades com a produção dos neo-expressionistas alemães, na dramaticidade e na atmosfera sombria, e também fazem referências à obra do artista canadense Philip Guston (1913 - 1980). Monteiro, nessa época, pinta telas de grandes formatos, com fatura ampla, e tintas que escorrem. Como nota a crítica Aracy Amaral, o artista cria nos quadros profundidades ilusórias de interiores, com grande liberdade formal, unindo elementos de densidades diversas em telas estruturadas por excesso de camadas pictóricas.
Na década de 1990, realiza desenhos nos quais revela a admiração pela produção de Mira Schendel (1919 - 1988). Os traços se espalham pelo papel em percurso aparentemente disperso, escapando a qualquer previsibilidade gráfica. Nota-se um esforço do artista para estabelecer as linhas no papel, que se desenvolvem principalmente em suas margens. Como nota o crítico Alberto Tassinari, Paulo Monteiro dá a impressão de mobilizar mais força do que o necessário para realizar os desenhos. O artista carrega o traço, elevando sua potência a um limiar além do qual o gesto ameaça o suporte. Toda essa concentração de ação é expressa no papel. Monteiro não se deixa guiar por um desenho espontâneo, instintivo, mas reafirma com seu traço a vontade de registrar uma ação por inteiro, com seus acertos e desacertos.
O artista passa também a dedicar-se à escultura, inicialmente com obras de pequenas dimensões, criadas em argila e posteriormente fundidas em chumbo. Nelas, a matéria não é retirada ou acrescentada, mas apenas deslocada por gestos rigorosos. Cria formas irregulares, orgânicas, nas quais explora as rugosidades da superfície. Embora feitas de metais, suas esculturas têm um aspecto flexível e maleável. Algumas obras lembram máscaras ou fragmentos de corpos. Para o historiador da arte Rodrigo Naves, as esculturas revelam certa expansão, como se um núcleo interno presidisse uma dilatação imprevisível. Porém a impressão de movimento contrasta com o peso da própria matéria dessas obras, como se esse material fosse mais um empecilho do que uma condição para sua existência. Para Naves, do movimento do escultor ao manipular a argila surge uma estruturação, que, no entanto, realça a instabilidade do conjunto - a tendência a retornar ao aspecto informe original. Embora mantenham proximidade com obras de Claes Oldenburg (1929), as esculturas de Monteiro rejeitam a leveza e a ironia dos objetos da arte pop.
Para o historiador da arte Nelson Aguilar, o artista faz nas esculturas o elogio do poder construtivo do gesto ao enfrentar a inércia da argila com a menor manipulação possível. Esse duelo entre o vazio e a vontade é expressa em seus desenhos e pinturas, nos quais a vastidão do campo branco do papel e da tela tende a contrabalançar a força do grafite ou da tinta em sua superfície.
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Sérgio Guerini
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
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Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
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Paulo Figueiredo Galeria de Arte
Fundação Bienal de São Paulo
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SILVEIRA, Dôra (Coord.). Espelho da Bienal. Curadoria Ruben Breitman; versão em inglês Jullan Smyth; texto Mário Pedrosa e Paulo Reis; apresentação Italo Campofiorito. Niterói: MAC-Niterói, 1998. [16] p., 11 cartões-postais.
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