Título da obra: Costura da Montanha


Reprodução fotográfica José Colucci Jr.
Costura da Montanha
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s.d.
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Marcello Nitsche
Reprodução fotográfica José Colucci Jr.
Marcello Nitsche (São Paulo, São Paulo, 1942 - idem 2017). Pintor, artista intermídia, escultor, desenhista, gravador, professor. Cursa a Faculdade de Belas Artes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde conclui a licenciatura em desenho, em 1969. Recebe, nesse ano, o prêmio da Prefeitura do Município de São Paulo para obra de pesquisa mais relevante na Bienal Internacional de São Paulo. No início da carreira, atua como gravador, passando logo depois a se dedicar à pintura. Aproxima-se da arte pop, realizando pinturas inspiradas no processo de elaboração da imagem utilizado nas histórias em quadrinhos. Desde os anos 1980, a gestualidade da pintura e a trama de pinceladas passam a ser temas centrais em sua produção. Possui esculturas em espaços públicos, como Garatuja, 1978, uma estrutura modulada, instalada na praça da Sé, e Pincelada Tridimensional, 2000, no parque da Luz, ambas em São Paulo. Em pinturas realizadas a partir de 2001, inspira-se nos códigos de barra, e explora linhas verticais e seqüências de números.
Marcello Nitsche inicia a carreira como gravador. Logo depois, passa a se dedicar à pintura, trabalhando inspirado pela linguagem da arte pop. Não por acaso, o físico e crítico de arte Mario Schenberg (1914-1990) diz que ele é "o mais pop dos artistas brasileiros".1 Em seus quadros, apropria-se das histórias em quadrinhos, com ironia e senso de humor. A partir de 1965, inicia um processo de afastamento da tinta e do pincel, passa a trabalhar com imagens gráficas e formatos objetivos e não convencionais. O trabalho politizado Aliança para o Progresso, 1965, é exemplar desta fase.
Em 1968, realiza Bolhas, grandes esculturas infláveis, que expõe no Salão de Brasília e na Bienal Internacional de São Paulo. Segundo a crítica Aracy Amaral, esses infláveis são "um dos pontos mais altos da criatividade brasileira daquela década, ambientais e instigantes, vinculam a obra com o público participante e seu contexto".2 Em 1969, faz seu primeiro filme: Acrilírico. Dois anos depois, continua essa produção. Faz cinema experimental em Super-8, com as obras O Mar e Cubo de Fumaça.
Durante a primeira metade da década de 1970, realiza outros filmes. Co-dirige o curta-metragem Superfícies Habitáveis, 1973 e faz Auto-Retrato e Costura:, 1975. Esses trabalhos demonstram um interesse crescente do artista pela apropriação de gêneros e elementos consagrados da tradição artística. Dentro dessa linha de pesquisa, em 1978, realiza a escultura Garatuja, uma grande estrutura modulada, que imita um dos gestos da pintura: a garatuja. A peça é colocada na Praça da Sé, em São Paulo, sendo a primeira de uma série de trabalhos tridimensionais exibidos em locais abertos.
Nos anos 1980, os elementos gestuais da pintura se transformam no principal assunto do trabalho de Nitsche. O artista toma as pinceladas livres e os gestos espontâneos, e os converte em signos gráficos. O trabalho torna-se cada vez mais complexo. Ao invés de lidar com um gesto, passa a trabalhar a trama de pinceladas. Na escultura Pincelada Tridimensional, 2000, uma malha de gestos é convertida em forma gráfica, formalizada como objeto tridimensional e depois instalada no Parque da Luz, em São Paulo. Essas formas gestuais e objetivadas são exploradas durante as décadas de 1980 e 1990. Em 2001, desenvolve uma nova série de pinturas que se inspiram nos códigos de barra. Segundo a historiadora Ana Maria Belluzzo, "os quadros modulados por linhas verticais e marcados por números, são pinturas reduzidas, particularizadas pela variação de mínimos elementos [...] A exploração das possibilidades do próprio código de barras, abre uma nova etapa de investigação para Marcello Nitsche, que individualiza e diversifica cada quadro, cada série, cada múltiplo".3
1. SCHENBERG, Mario. Marcelo Nitsche. In: ______. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988. p. 41.
2. AMARAL, Aracy. Olhando os fragiles de Nitsche. In: ______. Arte e meio artístico: entre a feijoada e o x-burguer : 1961 - 1981. São Paulo: Nobel, 1983. p. 357.
3. NITSCHE, Marcello. O código universal da pintura versus; o código universal dos produtos. São Paulo: Galeria São Paulo, 2002.
Reprodução fotográfica José Colucci Jr.
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução Fotográfica Fernando Scavone
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Teatro Ruth Escobar
Galeria Ponto de Encontro (São Paulo, SP)
Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (MACC)
Rex Gallery & Sons (São Paulo, SP)
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro
Fundação Bienal de São Paulo
Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (MACC)
Teatro Nacional Cláudio Santoro
Galeria Art-Art (São Paulo, SP)
Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi)
Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (MACC)
Fundação Bienal de São Paulo
Fundação Bienal de São Paulo
Maison de L'Amérique Latine (Paris, França)
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