Título da obra: Maria Helena


Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Retrato de Yonne Stamato
,
1940
,
Arpad Szenes
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Biografia
Arpad Szenes (Budapeste, Hungria 1897 - Paris, França 1985). Pintor, gravador, ilustrador, desenhista e professor. Pertencente a uma família de intelectuais e artistas, o desenho faz parte de sua vida desde criança. Em Budapeste, estuda com József Rippl-Rónai (1861 - 1927) na Academia Livre. Muda-se, em 1925, para Paris, onde realiza caricaturas e retratos em bares e cafés, estuda com André Lhote (1885 - 1962), Fernand Léger (1881 - 1995) e Roger Bissiere (1886 - 1964), freqüenta a Académie de la Grande Chaumière e estuda com Stanley William Hayter (1901 - 1988), com quem aprende gravura. Em 1930, casa-se com a pintora portuguesa Vieira da Silva (1908 - 1992), seu modelo mais freqüente. Em 1940, após morar por um período em Lisboa, o casal, fugindo do nazismo, transfere-se para o Rio de Janeiro. Reside primeiro num casarão na Rua Marques de Abrantes, onde também morava o poeta Murilo Mendes (1901 - 1975), e, depois, nos chalés pertencentes ao antigo Hotel Internacional, em Santa Teresa, pensão e reduto de artistas emigrados no período. No prédio principal do hotel, Arpad monta um ateliê em que recebe seus alunos. Entre eles, Frank Schaeffer (1917), Almir Mavignier (1925) e Polly McDonnell (1911). Passa a dar aulas também na Colméia de Pintores do Brasil, criada por Levino Fanzeres (1884 - 1956). Entre 1940 e 1947 mantém contato com Murilo Mendes, Cecília Meirelles (1901 - 1964), Carlos Scliar (1920 - 2001) e Ruben Navarra (1917 - 1955). Em 1943, realiza 15 retratos de cientistas, distribuídos pelas salas de aulas da Escola Nacional de Agronomia, e colabora no painel realizado por Vieira da Silva, a convite de Heitor Grilo, para a mesma universidade. Arpad Szenes realiza a ilustração da tradução brasileira de Weise von Liebe und Tod des Cornets Christoph Rilke [A Canção de Amor e de Morte do Porta-Estandarte Cristóvão Rilke], de Rainer Maria Rilke (1875 - 1926), feita por Cecília Meirelles. Em 1947, com as mudanças vindas com o fim da guerra, retornam à França e dão continuidade à suas vidas artísticas. Em Paris, Lygia Clark (1920 - 1988) e Teresa Nicolao (1928) têm aulas com Arpad Szenes.
Comentário Crítico
Arpad Szenes, a partir de 1919, tem contato com correntes artísticas de vanguarda, como o dadaísmo, cubismo, futurismo e construtivismo. Em 1925, reside em Paris e conhece na Académie de la Grande Chaumière a pintora portuguesa Vieira da Silva (1908 - 1992), com quem se casa em 1930. Convive com intelectuais e artistas como Oskar Kokoschka (1886 - 1980), Alberto Giacometti (1901 - 1966), Alexander Calder (1898 - 1976) e Jacques Lipchitz (1891 - 1973). Em 1931, trabalha no Atelier 17 de Stanley William Hayter (1901 - 1988), com quem estuda gravura, e encontra surrealistas como Joan Miró (1893 - 1983) e Max Ernst (1891 - 1976). Em 1936, pinta grandes telas abstratas, como L'Obstacle, Le Carrousel, Le Fléau e L'Enfant au Cerf-Volant.
Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o casal muda-se para Portugal e em seguida para o Brasil. Szenes e sua esposa residem no Hotel Internacional, no bairro de Santa Teresa, Rio de Janeiro, que reúne um círculo de artistas e intelectuais emigrados. Retoma a figuração e dedica-se sobretudo à retratística: pinta o grupo de amigos que freqüentam o Hotel Internacional e, com a ajuda de Cecília Meireles (1901 - 1964), recebe encomenda para pintar personalidades para a Escola Nacional de Agronomia (chamada Quilômetro 44), da Universidade Rural Fluminense. Realiza ilustrações para obras de Murilo Mendes (1901 - 1975), Mário de Andrade (1893 - 1945) e para a tradução brasileira de Weise von Liebe und Tod des Cornets Christoph Rilke [A Canção de Amor e de Morte do Porta-Estandarte Cristóvão Rilke], de Rainer Maria Rilke (1875 - 1926), cujos estudos dão origem à série Banquets.
No quadro O Casal, 1933, dialoga com o cubismo, especialmente com Les Demoiselles d'Avignon, 1907, de Pablo Picasso (1881 - 1973). Nessa obra, Szenes trata os rostos dos protagonistas como máscaras, e frontalidade e lateralidade se confundem. Em outro trabalho com mesmo título, de 1942, o casal abraçado está cercado de objetos domésticos: o jarro com plantas, a mesa com cartas de baralho e o cavalete com a tela, criando uma cena íntima e amorosa.
Regressa a Paris em 1947. No ano seguinte, Szenes organiza um ateliê onde ensina jovens pintores. Pinta as séries abstratas dos Banquets, Parques e Conversations, nas quais as linhas de força, tensão e movimento são suas principais preocupações pictóricas. Trabalha também, a partir de 1950, com guache e têmpera. Em 1956, com a esposa, obtém nacionalidade francesa. Recebe, por sua obra, várias condecorações do Estado francês. Realiza ilustrações para diversos livros. Arpad Szenes é um dos principais representantes da Escola de Paris nos anos 1940. No Brasil, sua presença e a de Vieira da Silva marcam profundamente a obra de vários artistas com quem convivem, como Burle Marx (1909 - 1994), Carlos Scliar (1920 - 2001) e Athos Bulcão (1918).
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Reprodução fotográfica autoria desconhecida
Ernst Museum (Budapeste, Hungria)
Galeria UP (Lisboa, Portugal)
Galerie Jeanne Bucher (Paris, França)
Royal Academy of Arts (RA)
Norwich Castle and Museum
Scottish National Gallery
Kelvingrove Art Gallery and Museum
Victoria Art Gallery
Bristol City Museum & Art Gallery
Manchester Art Gallery
Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ)
Galerie Pierre (Paris, França)
Museum Fridericianum (Kassel, Alemanha)
Fundação Bienal de São Paulo
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: