Título da obra: Vazados em Azul e Rosa


Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Casal
,
1948
,
Pola Rezende
A criação de um Museu de Arte Contemporânea em São Paulo remete ao ano de 1963 e à doação do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, feita por Ciccillo Matarazzo (1892 - 1977) à Universidade de São Paulo - USP. Ao acervo do MAM/SP somam-se as coleções particulares de Ciccillo Matarazzo e Yolanda Penteado (1903 - 1983); posteriormente, reúnem -se ao núcleo primeiro o espólio Yolanda Mohalyi (1909 - 1978) (com 26 obras da artista) e a coleção Theon Spanudis (364 obras, entre as quais um grande número de trabalhos construtivos posteriores à década de 1960). Em sua fase inicial, o museu funciona no terceiro andar do pavilhão que abriga as Bienais, no Parque do Ibirapuera. O ano de 1985 marca o começo da construção da sede definitiva do MAC, na Cidade Universitária, inaugurada em 1992. A história do Museu de Arte Contemporânea, como de boa parte dos museus brasileiros, relaciona-se à falta de verbas para a ampliação e a renovação do acervo e indicam os sucessivos diretores da instituição nas décadas de 1970 e 1980: Walter Zanini (1925), de 1963 a 1978; Wolfgang Pfeifer (1912 - 2003), de 1978 a 1982; Aracy Amaral (1930), de 1982 a 1986 e Ana Mae Barbosa de 1986 a 1990. Apesar das dificuldades financeiras, o museu chega ao final dos anos 1980 com um acervo de 4.323 obras, entre trabalhos de artistas estrangeiros e brasileiros.
A origem do MAC está diretamente ligada ao MAM/SP e, por conseguinte, à Fundação Bienal de São Paulo (1951). Criado em 1949, o Museu de Arte Moderna pode ser visto como um dos sinais evidentes do desejo de atualização cultural das elites ilustradas paulistanas. Num contexto de expansão industrial que incide sobre a fisionomia da cidade, em franco processo de metropolização, o mecenato privado - sobretudo Ciccillo Matarazzo e Assis Chateaubriand (1892 - 1968) - cumpre papel decisivo na criação de diversas instituições culturais no período. O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp (1947), o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC (1948), a Companhia Cinematográfica Vera Cruz (1949), além da Bienal Internacional de São Paulo, são todas elas iniciativas que sinalizam, cada qual a seu modo, tentativas de aproximação das linguagens artísticas modernas que têm lugar na Europa e nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No campo das artes visuais, o MAM/SP e a Bienal expressam a atenção despertada pelas novas tendências construtivas na arte, seja pela mostra que inaugura o museu, Do Figurativismo ao Abstracionismo, 1948, seja pelas premiações na 1ª Bienal: a Unidade Tripartida (1948/1949), de Max Bill (1908 - 1994) e a tela Formas (1951), de Ivan Serpa (1923 - 1973).
Reivindicação antiga de artistas e intelectuais, como Mário de Andrade (1893 - 1945) e Sérgio Milliet (1898 - 1966), o projeto de um museu dedicado à Arte Moderna no Brasil tem como modelo o Museum of Modern Art - MoMA de Nova York (1929) e sua tentativa de articulação das diferentes artes: cinema, teatro e artes visuais. A aproximação explícita do museu nova-iorquino - revelada pela correspondência de Milliet, então diretor da Biblioteca Municipal de São Paulo e Nelson Rockfeller - traduz-se em uma doação de obras para o MAM (acordada em 1943 e efetivada em 1949). As contribuições trazidas da Europa ficam a cargo de Ciccillo que, por meio dos amigos Carlos Pinto Alves, na Suíça, e Alberto Magnelli (1888 - 1971), na Itália, entra em contato com galeristas para a aquisição de obras. É Magnelli quem indica o crítico belga Leon Dégand para dirigir o museu, sugestão acolhida pelo empresário.
Os compromissos com o moderno e com as novas tendências abstratas em voga na cena internacional dão o tom do período de Dégand à frente do MAM. A mostra que abre o museu - que engloba de Hans Arp (1886 - 1966) e Victor Vasarely (1908 - 1997) a Flexor (1907 - 1971) e Cicero Dias (1907 - 2003) -, vem acompanhada de uma série de palestras para instruir e preparar o público. No segundo andar do número 230 da rua Sete de Abril (no mesmo edifício onde funciona o Masp), os interessados têm acesso a debates sobre o abstracionismo em suas mais diferentes ramificações. No período de Lourival Gomes Machado (1917 - 1967) como diretor do MAM (a partir de agosto de 1949), é aberta a 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951), que vem selar uma articulação estreita entre as duas instituições, ligadas juridicamente até 1962. A íntima relação entre os órgãos é responsável pela ampliação do acervo do museu, que incorpora as obras premiadas nas mostras internacionais até 1962, quando acaba o "prêmio aquisição".
Os sucessivos conflitos entre a diretoria - ávida por autonomia - e Ciccillo, além da excessiva ligação do museu à Bienal (que faz dele quase um apêndice desta), levam o empresário a decidir pela extinção do MAM, em 1962, e a efetivar a doação de seu acervo à universidade, no ano seguinte. Os "amigos do MAM" organizam exposições pela cidade até que, em 1969, o museu retoma suas atividades regulares em sua nova sede, na marquise do Parque do Ibirapuera. Concomitantemente, parte do antigo museu e de sua história migra para a universidade, o que confere a ele feições particulares associadas ao caráter da instituição que o acolhe. Entre outras coisas, observa-se o destaque, a partir de então, ao caráter educacional e formador do MAC, dirigido por professores universitários.
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução Fotográfica autoria desconhecida
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotografica autoria desconhecida
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotografica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Leonardo Crescenti
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotografica Leonardo Crescenti
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini
Reprodução fotográfica Romulo Fialdini
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP)
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